requentemente, os bancos fazem empréstimos entre eles para equilibrar suas contas, mas esses empréstimos não são gratuitos.
Assim como os empréstimos realizados entre as pessoas (físicas e jurídicas) e as instituições financeiras, ao devolver o capital deve pagar os interesses.
Nessa situação, o interesse é a taxa Selic, ou como também se chama Taxa Básica de Juros da Economia.
A taxa Selic Tem esse nome porque é usada como referência para calcular o custo de cada operação de crédito que a instituição financeira realiza, além de considerar o perfil do cliente e o risco de inadimplência.
Oito vezes por ano o Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central, se reúne para analisar a economia do país e, entre outras decisões, determinar o valor da Taxa Selic, que é uma ferramenta usada para controlar a inflação.
Então, considerando a situação atual e o aumento no preço dos alimentos, dos combustíveis e da energia, no dia 5 de maio o Copom decidiu aumentar em 0,75 ponto percentual a taxa de juros de referência, isto é, a Taxa Selic que estava em 2,75% ao ano passou a estar em 3,5% a.a.
Para alguns isto é positivo, por exemplo quem tem conta poupança passa a ter um rendimento levemente maior.
Apesar disso, para quem está precisando de um empréstimo, quer financiar a compra de um imóvel ou um veículo ou quer fazer compras no cartão, esse aumento irá impactar na operação, gerando um pequeno aumento nos custos finais.
A vantagem do aumento da taxa Selic
Apesar da caderneta de poupança ter um rendimento acumulado de -4,16% nos últimos 12 meses e que ainda está por baixo da inflação, que em abril acumulou 6,17% nos últimos doze meses, esse aumento da taxa de juros de referência implica um aumento nos rendimentos das aplicações.
Antes do aumento a poupança rendia 0,16% ao mês e de 1,93% ao ano, agora, depois da decisão do Copom, rende 0,20% ao mês e 2,45% ao ano.
Isto significa que se uma pessoa tem uma aplicação de R$ 10.000 terá um rendimento de R$ 245 em um prazo de 12 meses, isto é R$ 10.245 ou 2,45% ao ano. Sem esse aumento o ganho era apenas de R$ 193.
Para quem tem a chamada “poupança velha” o novo rendimento para a mesma aplicação é de 6,17% ao ano, isto é R$ 617 depois dos 12 meses.
As desvantagens do aumento da taxa de juros de referência
Como já foi dito acima, um dos objetivos do aumento da Taxa Selic é controlar a inflação. Isto porque fica mais caro emprestar dinheiro e como consequência as pessoas, ao ter menos recursos, gastam menos, com menos compras os preços podem ser reduzidos e a inflação diminui.
Neste sentido, quem está precisando de dinheiro, seja para comprar uma casa, trocar o carro ou investir no seu negócio vai precisar prestar mais atenção nas propostas de cada instituição financeira e usar um bom simulador de empréstimos pessoais e outras operações para poder o crédito mais conveniente.
Com este aumento da taxa de juros de referência o juros médio das operações de crédito para pessoas físicas que estava em 95,34% passará a ser de 96,67% ao ano, no caso de pessoa jurídica a taxa média, que até abril era de 42,85%, passará a ser de 43,85% ao ano, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
A própria Anefac considera que este aumento gera um impacto pequeno no bolso do cliente, especialmente no caso de operações de crédito de longo prazo, isto pela diferença que existe entre a taxa básica e os juros efetivos de prazo mais longo, o que dilui o efeito na ponta final.
Como “impacto pequeno” é uma avaliação relativa, a Anefac realizou algumas simulações que permitem evidenciar esse impacto em diversas operações financeiras. Por exemplo, para financiar um eletrodoméstico em 12 meses, como uma geladeira que custa R$ 1500, o cliente terá que pagar R$ 6,82 a mais em cada uma das parcelas.
Na compra de um veículo básico de R$ 40.000 em 5 anos (60 parcelas) o acréscimo será de R$ 15,56 em cada parcela, que soma R$933,50 no final da operação.
Entrar no Cheque Especial, que é uma das operações com maiores juros, custará R$ 0,40 a mais por dia em uma operação de R$ 1.000 por 20 dias. Não pagar o total da fatura do cartão de crédito e utilizar o Rotativo do Cartão por R$ 3.000 por 30 dias, o cliente terá que pagar R$ 1,80 a mais.
Um empréstimo pessoal de um ano no valor de R$ 5.000 terá um acréscimo de R$ 21,79 em caso de ser contratado em um banco e de R$ 14,25 se for contratado em uma financeira.
Se o cliente solicitar um empréstimo de capital de giro para sua empresa de R$ 50.000 para pagar em 3 meses terá um acréscimo de R$92,06, se optar pelo desconto de duplicatas de R$ 20.000 no mesmo período o aumento é de R$36,95, e apenas R$ 4 pelo uso da conta garantida em 20 dias e por R$ 10.000.
Tudo isto significa que, com este aumento da Taxa Selic, o brasileiro terá que desembolsar mais dinheiro para comprar um bem ou atingir suas metas se precisa contratar empréstimos ou parcelar com um cartão de crédito.
É preciso colocar os números no papel e fazer muito bem as contas, ainda mais se considerarmos que o mercado financeiro prevê que para o final deste ano a Taxa Selic seja de 5,04% e para final do ano 2022 que esteja entre 6,13% e 6,25% ao ano, e isto pressupõe novos aumentos no custo das operações de crédito.
Fonte: O Imparcial